tag:blogger.com,1999:blog-3333255948216103992024-02-20T04:04:28.964-08:00Filosofando.....Este Blog se propõe a publicar reflexões e pensamentos. Cleverson Fleming - Olhares.http://www.blogger.com/profile/17014891653337046653noreply@blogger.comBlogger19125tag:blogger.com,1999:blog-333325594821610399.post-65720804693335719692023-12-13T06:40:00.000-08:002023-12-13T06:40:45.937-08:00Sobre afetos, memórias e relações.<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 18pt;">A afetividade é o pilar da memória.
Seja a memória histórica de uma civilização, sociedade, povo, bairro ou comunidade; ela se faz no e do estar com, no apreço das pessoas e coisas de nossos entornos. Envolve um sentimento pessoal de gratidão, ou não, pelos componentes de nossas relações, constitutivas do que também chamamos "vida".</span></div><div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 18pt;">Não é, então, de se
estranhar que ao estudarmos os pilares das civilizações encontremos agrupamentos de clãs e famílias (ou, se quiserem, comunidades) patri ou matrilineares, em seus princípios formadores. Para além dos laços consanguíneos - pois não é disto que se trata aqui -, as estruturas sociais que nos conservam e possibilitam o progresso são alimentadas por laços de afeto (sentimentos) - inclusive de conflito e emoções entendidas como negativas.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 18pt;">O afeto por algo nos faz
querer conservar, manter vivo, ou mesmo transformar, se não destruir, o que não nos parece estar legal. Impressões emotivas, boas e más, deixam marcas mesmo que seus objetos de sentimento não se encontrem mais em nossos entornos. Razão disso, para bem ou mal, a memória. Aliada às ações, esta
pode ser construída e evocada por palavras, imagens, cheiros, objetos etc., como que condensando impressões afetivas do passado para orientar o presente e o futuro. Daí as excelentes cunhadoras de símbolos que, ao longo da história, se tornaram as humanidades. Por meio deles, elas se recordam e, assim, amando e/ou odiando seus ancestrais, amigos ou inimigos, constroem o eterno a partir do próprio efêmero de suas existências. Ilusão? Celebração da vida? Ou anseio por continuidade?</span></div><div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 18pt;"> Algum sábio, provavelmente de origem grega, disse
uma vez: a palavra nos traz a presença. E que presença seria essa, pode-se perguntar, se não a do afeto evocado pelo que mantemos em relação àquilo que desejamos materializar? Aqui, você pode estar se perguntando: mas aonde você
quer chegar, com essa reflexão?</span><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 18pt;"> Respondo. Naquele ponto existencial em que todos nós, de alguma forma, sentimos a necessidade de retribuir os afetos, importâncias e reconhecimentos recebidos na vida - fazer circular a breve felicidade dos afetos. Apenas um movimento de comunicar certo transbordamento ocorrido a partir de um caso vivido. </span></div><div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 18pt;">Num dia desses, escutava duas pessoas falarem de amor. Me chamou a atenção o fato delas em certos momentos ironizarem e, em outros, se posicionarem ceticamente, reagindo aos
"paulocoelhismos" (será que essa expressão ainda faz sentido?) do amor. Com a noção destacada em aspas, o amor era avaliado apenas como discurso, como se ele não dependesse das práticas ou, mais do que isso, do exercício de retorno às memórias que, por sua vez, geram novas orientações frente aos afetos trazidos pelas relações. </span></div><div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 18pt;">Retorno ao amor, porque ele em muito diz respeito às bases problemáticas, constitutivas, da possibilidade do viver em conjunto (relacionamentos, amizades, famílias, comunidades) - ao modo de fazer sociedade. E, isto, se conecta ao afeto e à memória. Ser</span><span style="font-size: 18pt;"> afetado e deixar-se ou não afetar, ou melhor ainda, para amar e ser amado - o que privilegio aqui - é preciso lembrar. E lembrar também consiste em trabalho: reforçar a relação pela ação intermitente de recordar. </span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 18pt;"> O tempo, a linguagem e todas as categorias pinçadas antes, só se tornaram possíveis, materializáveis, por meio da memória. O momento em que os homens passaram a
conceituar a realidade só foi possível pela emergência, em conjunto, da memória das coisas que, por sua vez, favoreceu as atribuições de valores e medidas a elas.</span><span style="font-size: 24px;"> E, todo esse processo, é preciso dizer, não começou no que chamamos hoje de Ocidente. Em verdade, neste assunto talvez não importe tanto as "origens", senão aventar que, a</span><span style="font-size: 18pt;">ntes da memória, não existia tempo, não existia consciência, nem mesmo História. A realidade (natureza e cultura) como objeto de reflexão ou, se quiser, reflexividade, também
não era possível de ser apreendida e transformada pelo homem em objeto de
trabalho e aperfeiçoamento: reinava o acaso ou nem mesmo isso talvez. </span></div><div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 18pt;">Vou parar por aqui, a proposição é pensar e, levando em (re)consideração a velha máxima "paulocoelhística" de que "o amor
constrói" e que pode suplementar os afetos, a empatia pelas coisas e pessoas ou o tão importante reconhecimento e respeito às diferenças constitutivas. Não se trata apenas de abstração, mas de prática que auxiliada pela memória e suplementada pelo amor, pode orientar rumos outros, individuais e coletivos. Passo a bola...</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 18pt;">
Cleverson Fleming em
03/04/2014.</span><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
Cleverson Fleming - Olhares.http://www.blogger.com/profile/17014891653337046653noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-333325594821610399.post-50388418486665319962015-09-28T20:07:00.005-07:002015-09-28T20:08:42.509-07:00<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: left; text-indent: 1cm;">
<span style="font-family: Georgia, serif; font-size: large; line-height: 150%; text-indent: 1cm;">Essa
minha confusão por você.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Oi,
querido,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">eu só
queria, e preciso, expressar o que sinto...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Parece
mesmo que eu tenho mania de confundir amizade e Amor sexual. Algumas pessoas
vão entender muito bem do que falo. Mas, com toda a confusão, gosto de pensar que
este impulso é sexual naquele sentido freudiano da sexualidade: uma energia que
flui em todas as relações – algumas vezes realizada, outras sublimada e, na
mais infeliz das vezes, reprimida. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Se
por um lado, deveria ser tão normal esse acontecimento – o de combinar amor e
amizade -, por outro lado, nossa cultura nos interpela a sublimação do desejo
carnal por aqueles que o amor nos trouxera primeiro em amizade. Em tal
imposição descansa o medo. O medo de estragar o que é tão belo enquanto não se
consuma. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Não
sei ainda a razão de canalizar meu afeto a você. Talvez seja esse seu jeito
lindo de ser, de sorrir, sua altura e esse seu corpo esguio, a temperatura
morna que sinto quando te abraço, sem falar também da inteligência emocional da
qual você é possuidor – e com a qual me identifico. Minha paixão por você é um
tanto narcísica. Sua sagacidade, seu lado negro, eu consigo vislumbrar. Mas sei
também que este seu lado é uma casca: uma carapaça espinhosa que protege toda a
beleza de um espírito sensível e doce.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mesmo
que seja por um momento, eu quero. Mesmo que doa agora saber que se possível
talvez só aconteça uma vez. E se não acontecer, o que também é provável, peço
mil perdões, pois sublimar não vou. Reprimir, jamais. Outro caminho seguirei,
essa dor eu já conheço.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E
você? O que conta dessa habilidade que você tem de sentir e saber? Só espero
que não entenda isso como um jogo. A vida é tão única para darmos sequência a
toda essa competitividade impelida pelo sistema a que estamos submetidos... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Vamos
viver isso, mesmo que seja só uma vez? Mostra-me o que sabe? E não falo só de
sexo, pois isso, eu sei que você já teve e terá muito melhor do que posso te
dar e, quando digo isso, também me coloco no seu lugar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Talvez
seja só uma viagem da minha cabeça e do meu corpo confusos. Mas está aqui, o quê
eu posso fazer? O que você fará com isso? O que faremos? No fundo sei que disso
ficará o aprendizado, pois toda essa situação só me faz pensar que eu gostaria
de ter te conhecido em outro momento, na verdade, num outro lugar...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Eu
estarei aqui. E continuarei tirando casquinha de você. Se for incômodo,
proteste! Eu adoro gente que reage.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Cordialmente,<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Cleverson Fleming –
29/09/2015.<o:p></o:p></span></div>
Cleverson Fleming - Olhares.http://www.blogger.com/profile/17014891653337046653noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-333325594821610399.post-32937265901475984942014-04-03T00:39:00.000-07:002014-04-03T00:44:33.165-07:00<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 24pt;">Sobre a Afetividade</span><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"> <span class="apple-converted-space"> </span></span><span style="font-size: 18pt;"> A afetividade é o pilar da memória.
Seja a memória histórica de nossa civilização, de nossa sociedade, do nosso
povo, do nosso bairro, da nossa comunidade; ela começa no nosso apreço e apego
emotivo pelas coisas e pessoas ao nosso redor. É ser grato pelo que
temos, vivemos e nos relacionamos nas nossas vidas. </span><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 18pt;"> Neste sentido, não é de se
estranhar que ao estudarmos os pilares da civilização encontremos os clãs ou as
famílias - sejam elas patri ou matrilineares - agindo como o
sustentáculo-semente de nossas origens e instituições sociais. Mas, para além,
dos laços consanguíneos, a estrutura que nos conserva e sustém - seja como pessoas, famílias, grupos de interesses, sociedades e como civilização -, é alimentada
por sentimentos de solidariedade e afeto. </span><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 18pt;"> O afeto por algo nos faz
querer conservar e manter vivo. Mesmo que tal objeto já não esteja mais ao
alcance de nossos sentidos físicos. O instrumento para isso - o desejo de eternizar? A memória. E, esta, é evocada por símbolos. Durante toda história o homem cunhou símbolos
para se recordar e conservar. Algum sábio, provavelmente de origem grega, disse
uma vez: a palavra nos traz a presença. E que presença seria essa se não a
imagem evocada pelas afetividades que mantemos em relação àquilo que desejamos
presentificar? Aqui você, caríssim@ pode estar se perguntando: mas aonde você
quer chegar, meu caro Fleming, com essa reflexão?</span><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkUwvPXbDoQrp6FGv4D7v7baD_pyKourgRzDDeCwHbWd3DHBDK9K97mp9WFr-EPZOZojX-iYq7V_gKwVzY6Lq2LTSqfX_hnAA9J3qx2V-uwRKNCKuHTIKrdQvUcdL1rDYaRc5PcyopYjaz/s1600/OgAAADMQaPvhIdfw-kyPNcIP1lRlSRIgOIZBrZIGXsCNrQRVzNiG98tWlFGv8fcaatla2ng2QKUg2e1Cahycdph4VdAAm1T1UKRYw7iBH1iRvxVcEFt_C5TDHWqW.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkUwvPXbDoQrp6FGv4D7v7baD_pyKourgRzDDeCwHbWd3DHBDK9K97mp9WFr-EPZOZojX-iYq7V_gKwVzY6Lq2LTSqfX_hnAA9J3qx2V-uwRKNCKuHTIKrdQvUcdL1rDYaRc5PcyopYjaz/s1600/OgAAADMQaPvhIdfw-kyPNcIP1lRlSRIgOIZBrZIGXsCNrQRVzNiG98tWlFGv8fcaatla2ng2QKUg2e1Cahycdph4VdAAm1T1UKRYw7iBH1iRvxVcEFt_C5TDHWqW.jpg" height="300" width="400" /></a></div>
<span style="font-size: 18pt;"> Vos então responderei. É pelo simples desejo que tenho de retribuir a todos os afetos e importâncias que recebi
na vida. Percebo que hoje, em alguns momentos em que falo de Amor, as pessoas
ironizam e banalizam - ou se posicionam ceticamente numa posição de reação aos
"paulocoelhismos" do amor. Como se o Amor também não precisasse do
discurso e de sua prática. Ter afeto é lembrar: reforçar pelo trabalho a
memória. E tudo isso é Amor!</span><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 18pt;"> O tempo, como categoria e artifício psicológico, só
é possível através da memória. É a partir do momento que os homens passam a
conceituar a realidade, criando a memória das coisas, que eles passam a
atribuir valores e medidas. Antes da memória não existia tempo, logo, não existia História. Por conseguinte, a realidade, como objeto da reflexão, também
não era possível de ser apreendida e transformada pelo homem em objeto de
trabalho e aperfeiçoamento: reinava o acaso - onde cronos devorava seus filhos divinos. </span><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 18pt;"> Não me estenderei, pois aqui
a proposição é pensar! Levando em consideração esta reflexão, quem há de
objetar a velha máxima "paulocoelhística" de que "o amor
constrói" e que o afeto, a empatia pelas coisas e pessoas está na base de
tudo? E com que argumentos? Fica para a reflexão.</span><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 18pt;">
Cleverson Fleming em
03/04/2014.</span><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
Cleverson Fleming - Olhares.http://www.blogger.com/profile/17014891653337046653noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-333325594821610399.post-54363492592057380622014-02-05T09:08:00.002-08:002014-02-05T09:08:23.022-08:00<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;"><b>Dos verdadeiros progressistas...</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b>"O verdadeiro impulso para o progresso é dado, naturalmente, pelos que sofrem e são oprimidos. São eles que mordidos pela miséria, de arranco em arranco, atiram a sociedade para diante (...) O caso dos raros progressistas e inovadores saídos das classes conservadoras não destrói a regra comum, porque, em verdade, é na classe dos oprimidos que eles se vêm amparar, quando, ou a ambição, ou mesmo, o altruísmo, os leva a lutar em prol da justiça" (Manoel Bomfim. América Latina, p. 359).</b></span></div>
Cleverson Fleming - Olhares.http://www.blogger.com/profile/17014891653337046653noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-333325594821610399.post-3103409928583280942014-02-05T06:31:00.004-08:002014-02-05T06:32:31.380-08:00<b><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Citando o Mestre Manoel Bomfim, sobre o conservadorismo brasileiro</span></b><br />
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">"A sociedade conserva-se, independentemente de qualquer esforço; conserva-se, pelo simples fato de que existe, por uma função inconsciente, reflexa, necessária a tudo que é (...) Há conservadores cujos esforços se dirigem no sentido, não de defender a sociedade contra supostas destruições impossíveis, mas de conservar para uma classe, para certos grupos, umas tantas vantagens, ligadas a abusos e iniquidades. Onde quer que surja a oposição conservadora, há um privilégio que se quer manter" (Manoel Bomfim, </span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">América Latina. P. 168,170 e 171</span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">).</span></div>
Cleverson Fleming - Olhares.http://www.blogger.com/profile/17014891653337046653noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-333325594821610399.post-30198318236825999922012-01-29T01:13:00.000-08:002012-01-29T01:15:32.342-08:00Fragmentos de uma guerra<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkWdQFPo584BpG8aeRq6nN1K4OqAb3Ie-H5QJM0HFUaZyiTlX7gQOkpA4MkOln06cChfT-f6mZ8KXPEOmoB64lf7AZXyKh4t9y7fCjknszUWr9oCM4b9OAJLxLrUc0h7vlWQbYTI4GPbJS/s1600/religiao_bem_e_mal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="187" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkWdQFPo584BpG8aeRq6nN1K4OqAb3Ie-H5QJM0HFUaZyiTlX7gQOkpA4MkOln06cChfT-f6mZ8KXPEOmoB64lf7AZXyKh4t9y7fCjknszUWr9oCM4b9OAJLxLrUc0h7vlWQbYTI4GPbJS/s320/religiao_bem_e_mal.jpg" width="320" /></a></div><span style="font-size: large;">"E chegou o momento em que se confrontaram: Lúcifer e o Grande Arquitetor. O grande cisma: Razão x Emoção, aquele velho conflito entre o que se pensa e o que se sente. Velhos Idealistas contra os não tão modernos Materialistas. Mas eis que ambos, de tantas investidas e lutas, acabaram por não resistir e caíram. Ao cair tocaram-se e ao absorverem as energias e propriedades um dos outros, cansaram-se dos velhos ranços e abraçaram-se. </span><br />
<span style="font-size: large;">A energia que surgiu das duas grandes potências aqueceu e explodiu. Não eram mais como antes. O calor os uniu. Amaram-se. Mas das velhas formas, nada agora lembravam. Eram um só e muitos ao mesmo tempo. E o Amor expandiu o conhecimento, que agora pertencia a todos e sem nenhum utilitarismo. Era compartilhado e criado em comum.</span><br />
<span style="font-size: large;">Nunca mais se ouviu falar, naquela parte do universo, em uma guerra entre Impérios. Estes já não poderiam mais tomar forma, pois com os poderes distribuídos igualitariamente por todos e sem privilégios, a Paz conseguiu reinar: Essa era a Deusa encarregada de tomar corpo na nova estrutura que se levantava no agora.</span><br />
<span style="font-size: large;">Seu reinado se estendia a todos os territórios. A única coerção que existia era a lei maior do Amor e da Verdade (que para cada homem era a sua em união com a dos demais) que interiorizada em cada ser trazia a estabilidade daquele universo." - Enfim, tenho que dormir! Já são 07h da manhã.</span><br />
<span style="font-size: large;"> Cleverson Fleming (29/01/2012)</span>Cleverson Fleming - Olhares.http://www.blogger.com/profile/17014891653337046653noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-333325594821610399.post-35532231064271608012011-10-29T00:28:00.000-07:002011-10-29T00:51:26.377-07:00Tocando na Ferida...<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 150%;">Minha cabeça está a mil, não consigo parar de pensar. E imagino que o motivo disso deve ser a vontade de viver todas as possibilidades das quais sei que ainda podem existir neste mundo. Às vezes dou ataque de deprê, até chego dizer que quero “ir embora daqui” e deixar todo esse mundo louco pra traz. Essa semana mesmo, por exemplo, surtei. Na verdade, sei que estes momentos representam só uma forma que tenho de dizer pra mim mesmo (e para os outros!) o quanto quero viver ainda. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 150%;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 150%;">Viver sim, porque tem muito que se fazer ainda aqui! Olha quanta contradição, olha essa bagunça! Puta que pariu! E olha que ela ainda tentou abortar, mas o chá que tomou pra isso não funcionou pelo visto, agora o filho cresce nas ruas esperando que a sociedade termine o aborto. E essa sociedade somos nós! Enfim...<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 150%;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 150%;">É preciso ter uma força de leão pra levantar todos os dias, ainda mais nestes dias. E só se conformar, “dando um jeitinho” e tocar a vida não rola – não dá! É cliché demais: além de sabermos que causa stress, dá infelicidade ou no máximo tédio! O conformismo só deixará essa bomba latente. Mesmo que seja preciso implodir ou explodir tudo de uma vez, é preciso fazer algo! O grito está na garganta entalado. E enquanto se segura para não gritar e ferir “ouvidos castos”, o grito não sai: mas ecoa e endurece a alma! Atitude blasé? Até quando? </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Até enlouquecer? Não precisa, já estamos loucos! Olhe à volta!</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 150%;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 150%;">Mudar o mundo? Pra quê?! Se tenho onde dormir, o que comer, o que vestir, e o circo a minha disposição num clique de controle remoto ou do pc no facebook? <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 150%;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 150%;">Ser superficial? Talvez! Afasta a consciência da culpa. Pra quê sonhar, refletir ou questionar? Se afinal já temos o pão e o circo nosso de cada dia? <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 150%;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 150%;">E ser profundo? É mais difícil! Pois dói: e como. É estar mexendo numa ferida que não cicatriza. E ela nos atordoa, pois, afinal, ela já faz parte da estrutura, não é mesmo? E então o que fazer? Fingir que ela não existe? Não caríssim@! Não dá. Sinto lhe informar: mas ela vai continuar ali. E quando estiver sozinh@ - você e seus pensamentos – ela volta a lhe dizer oi!<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 150%;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 150%;">Viver é assim! É também saber assumir a bagagem que nos legaram sem nos perguntarem se a queríamos. Ou não, você tem direito de escolha! Tem liberdade! Será mesmo? <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 150%;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 150%;">Penso que enquanto deixarmos a ferida escondida, ou a bagagem (como quiser!) guardada no fundo do guarda-roupa, estamos nos alienando e deixando de viver o que é nosso. É por isso que quero viver. Quero tentar dar conta dessa bagagem: cuidar dessa ferida que arde no meu sangue todos os dias. Pois ela me traz dor, confusão e muita instabilidade. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 150%;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 150%;">Contudo, ela também me traz a consciência de que estou vivo. Pois, ao afinal das contas, estou sentindo. E se é possível ter percepção ou agir no mundo, é porque também existem sentimentos no pacote.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 150%;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 150%;">Boa vida, boas dores, bons momentos e tristes também! O importante é fazer valer a pena não é mesmo?!<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 150%;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></span><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 150%;"> Cleverson Fleming (29/10/2011 – 04:45)</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/97WzX0mII3c?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> <o:p></o:p></span></div>Cleverson Fleming - Olhares.http://www.blogger.com/profile/17014891653337046653noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-333325594821610399.post-21701274593065002722011-10-20T21:53:00.000-07:002011-10-20T21:53:14.196-07:00<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: liberation-sans-1, liberation-sans-2, Georgia, serif; font-size: 15px; line-height: 19px;"></span><br />
<h2 style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 2.03em; font-style: inherit; line-height: 1.3em; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: center; vertical-align: baseline;">Fiel é o caralho!</h2><small style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #999999; display: block; font-family: liberation-sans-1, liberation-sans-2, Georgia, serif; font-size: 0.912em; font-style: inherit; font-variant: normal; font: italic normal normal 0.86em/1.166em 'normal Georgia', serif; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: center; vertical-align: baseline;">In <a href="http://revistapittacos.org/category/cultura/" rel="category tag" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: inherit; font-size: 14px; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;" title="Ver todos os posts em Cultura">Cultura</a> on <strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: inherit; font-size: 14px; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">02/09/2011</strong> at <strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: inherit; font-size: 14px; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">15:26</strong></small><div class="entry" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 1.155em; font-style: inherit; line-height: 1.4em; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: right; vertical-align: baseline;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Helga Gahyva</strong></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Em “A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais”, o teórico russo Mikhail Bakhtin alega a impossibilidade da verdadeira compreensão do sistema de imagens rabelaisiano se analisado fora da linguagem do realismo grotesco, correspondente ao sistema de imagens da cultura cômica popular da Idade Média e do Renascimento.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Segundo Bakhtin, ao tom feudal, sério e religioso, próprio à cultura oficial medieval, contrapunham-se manifestações da cultura popular nas quais apenas por meio do riso exprimiam-se certas verdades sobre o mundo. Relegado à esfera extraoficial, o cômico tinha lugar no carnaval e nas demais festas populares. Se as comemorações oficiais buscavam reforçar a ordem, consagrando sua estabilidade, nas festas populares abria-se espaço para o reino utópico da liberdade, da igualdade e da abundância.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span id="more-1" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Nos espaços públicos – praças, feiras etc. -, as celebrações populares caracterizavam-se por uma lógica do excesso, na qual as imagens do corpo e suas necessidades naturais adquiriam tom superlativo. Trata-se, em síntese, de um princípio de rebaixamento, pilar artístico do realismo grotesco, por meio do qual os elementos considerados sagrados e elevados são transferidos e reinterpretados no plano material e corporal.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Além de hiperbólico, o corpo grotesco é dinâmico – não o corpo acabado, perfeito, individualizado, próprio ao cânone moderno, mas um corpo em constante metamorfose, tal como as velhas grávidas de terracota esculpidas por Kertch. Valorização da fecundidade – a prenhez dilata o corpo que produz novo corpo – e da velhice – o corpo em degeneração que não se esgota, pois se regenera ao produzir nova vida. Ênfase naquilo que o põe em contato direto com o mundo: orifícios, protuberâncias, excrescências. Nas faces, destacam-se bocas e narizes; pouca atenção merecem os olhos – eles individualizam um corpo que é também, e sobretudo, coletivo.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Assim, comer, beber, cagar, foder são representações correntes no sistema de imagens da cultura cômica popular. Traduzem ações nas quais o corpo revela sua essência: ao ultrapassar seus limites ou ter seus limites invadidos, ele revela sua necessária incompletude. E são ditas naqueles termos, ou em equivalentes igualmente grosseiros. No vocabulário cômico do realismo grotesco, os eufemismos caros à oficialidade cedem lugar a palavrões, injúrias e obscenidades de toda ordem.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Rabelais, nota Bakhtin, abusa dos tons vulgares, resgatando, em sua obra, a linguagem da praça pública – do povo, enfim. Mas, se foi na literatura do Renascimento que o realismo grotesco conheceu seu apogeu, foi para brevemente viver seu ocaso. A partir do século XVII, a atitude em relação ao riso sofre transformação radical, demarcando rígida fronteira com aquela época. A racionalidade cartesiana e a estética classicista despontam como expressões ideológicas das monarquias absolutas progressivamente estabilizadas. O riso conhece aí seu processo de degradação. Não mais lhe cabe expressar uma forma universal de concepção do mundo; seu papel, agora, oscila entre o divertimento ligeiro e a mera ridicularização de quem se tornou merecidamente vítima de um escárnio. Na hierarquia dos gêneros, o cômico ocupa modesta posição. Se no realismo grotesco degradação e regeneração são duas faces de uma mesma moeda, o novo cânone descarta a ambiguidade e adere à decência verbal. A obscenidade torna-se patrimônio da vida privada; o inacabamento, imperfeição; e a representação hiperbólica cede lugar àquela que se pretende cópia fiel da realidade.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Apesar de rebaixada, a estética do realismo grotesco permaneceu habitando os subterrâneos da cultura moderna. À sua época, Bakhtin reconhecia seus ecos em certos números circenses e em espetáculos de feira. Hoje, no Brasil, ela irrompe de modo avassalador no <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">funk</em> carioca. Como caso paradigmático dentro deste vasto universo, vejamos como essa estética se manifesta na atitude corporal e nas letras das músicas cantadas por Valeska Popozuda, líder do grupo de <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">funk</em> “Gaiola das Popozudas”, e propalada celebridade de segunda linha.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">No que se refere ao primeiro aspecto, a <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">funkeira</em> cultiva a opulência física de uma autêntica mulher fruta. Enquanto nas “vogues” pululam salientes clavículas e ilíacos, vendidos como ideal máximo de beleza, ela leva suas formas hiperbólicas à capa da <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Playboy</em>, revista ícone do <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">pornô-chic</em>. Valeska é apenas o exemplo, talvez mais sintomático, de um fenômeno relativamente recente: o ingresso no mundo do consumo de fatia considerável das classes populares. À sua ascensão social corresponde a valorização de um ideal de beleza que, distante dos corredores do Fórum de Ipanema, corporifica o belo na abundância curvilínea. Mas Valeska vai além: metamorfoseia seu corpo, ampliando artificialmente as protuberâncias. Seu corpo não é refém de suas formas originais. Ela não queima sutiãs; prefere renovar permanentemente seu estoque a cada circunferência maior que o silicone lhe propicia.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Já no título de seu primeiro sucesso, <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">A porra da buceta é minha</em>, Valeska chuta no joelho. Em uma sociedade na qual “fulano é bom para caralho”, proliferam metáforas para nomear o órgão sexual feminino. A falsa loura as despreza, optando pela palavra que arranha ouvidos castos. Em <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Tô com o cu pegando fogo</em>, pérola mais recente, gravada em parceria com o não menos rabelaisiano Mr. Catra, ela escolhe outro nome – <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Raspei a xereca pra você chupar</em> – mas mantém a carga obscena.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">E se a porra da buceta é dela, Valeska pode dá-la a quem quiser. A máxima do<em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">my body, my choice</em> é levada ao extremo. Em uma sociedade na qual, a despeito de esforços recentes, persiste intensa desigualdade de oportunidades, a melhor saída para uma boa dona de casa cansada de um marido violento e mulherengo pode estar na prostituição, ensina ela em <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Agora virei puta</em>. Por que seria má ideia cobrar pelo que se costuma oferecer de graça? Por que, em um sistema econômico no qual tudo se transforma em mercadoria, a venda do corpo causa tanta repulsa? As mulheres que habitam as canções de Valeska não precisam se fazer tais perguntas; elas preferem unir prazer e trabalho.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">São mulheres que, acima de tudo, adoram sexo e o praticam sem culpa – <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">meu nome é “Valeska” / e o apelido é “Quero dá”</em>. Preferem o prazer de uma relação informal às modorras do matrimônio. Ser a “outra”, então, pode ser uma tremenda vantagem, como ela canta na música que dá título a esse texto: <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">fiel é o caralho / você é empregadinha / lava, passa e cozinha / mas a pica dele e minha</em>! Um amante casado é, na pior das hipóteses, <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">um otário pra bancar</em>. Afinal, <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">mulher burra fica pobre / mas eu vou te dizer / se for inteligente pode até enriquecer</em>, assegura a <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">funkeira</em> em<em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"> Minha buceta é o poder</em>.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Valeska é espontânea de uma multidão de mulheres que não se identifica com as barangas ajeitadas de <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Sex and the city</em>. O prazer não se realiza no binômio sapatos novos / relação estável, mas na animalidade do sexo. O homem desejado é, antes de tudo, aquele bom de cama – condição que só se revela na prática. À rotatividade inevitável segue-se a recomendação: <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">a gaiola está na pista / se me olhar beijo também / para não trocar os nomes / eu vou te chamar de Nem. </em>Mas não se trata de mera loteria, pois as personagens dos <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">funks</em> de Valeska conhecem suas preferências. Elas não esperam passivamente que os homens lhes deem orgasmos; mais sábio indicar-lhes o caminho das pedras, como em <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Surra de piru na cara</em> e <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Comece a me chupar</em>.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Nas suas letras, louvam-se inclusive aqueles orifícios menos ortodoxos. Trata-se, afinal, de uma artista que propagandeia em seu próprio nome artístico suas virtudes calipígias. O sexo anal, socialmente cercado de tabus, é transformado em diferencial próprio àquelas que exercem e assumem seus desejos. <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Se elas brincam com a xereca / eu te dou uma chá de cu</em>, gaba-se Valeska, recusando-se a ter um orifício cuja função seja somente a de verter merda. Mas ela vai além, penetrando em reentrâncias ainda mais interditadas: o ânus masculino é também fonte de gozo. O homem bom de cama tampouco despreza oportunidades de prazer, como revela a estrofe: <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">me chama de cachorra / de mamada e de lanchinho / mas na hora do vamos ver / tu vira o cú e pede dedinho</em>.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Se o realismo grotesco, em suas origens, valoriza as diversas funções fisiológicas do corpo, Valeska concentra-se naquelas de caráter sexual. Excrescências e farturas alimentares, por exemplo, estão ausentes de suas músicas. O excesso etílico, por sua vez, comparece em algumas canções, mas sempre subsidiário ao sexo. A embriaguez, afinal, auxilia a mulherada a perder a linha.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Mas, para além da sua atitude corporal e de suas composições, a performance de Valeska carrega o traço de extraoficialidade que caracterizava as festas populares de outrora. Suas músicas só aparecem nos grandes meios audiovisuais em versões adocicadas. Mesmo em um evento como o “Eu amo baile funk”, sediado no Circo Voador, os organizadores preferem que ela vá <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">pro baile de sainha</em>, e não <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">sem calcinha</em>, como apregoa a letra original. De modo semelhante, o <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">valeu, muito obrigado </em>[<em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">sic</em>]<em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">, mas agora virei puta</em> torna-se <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">valeu, muito obrigado </em>[<em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">sic</em>]<em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">, mas virei absoluta</em>. Outros exemplos poderiam ser arrolados, porém o que interessa aqui é perceber que a verve grotesca de Valeska manifesta-se plenamente apenas em um <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">locus</em> especial: o baile <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">funk</em>“de raiz”, colonizado por popozudas que exibem orgulhosas suas saliências corporais e não ruborescem ao som de obscenidades que, ao fim e ao cabo, descrevem aquilo que se faz presente no seio das “melhores famílias”.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Não faltam aqueles que encerram tais manifestações sob a rubrica da mera vulgaridade. Tratar-se-iam de sintomas da falta de educação de um<em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">lumpemproletariado</em> refém da cultura de massas. Esta é uma chave interpretativa possível, não há dúvida, mas que me parece pecar pela incapacidade de compreender certos aspectos da sensibilidade popular. Mais ainda, essa perspectiva pressupõe uma verdade acessível apenas àqueles que compartilham um <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">ethos </em>“vitoriano” que precisa ser difundido às massas. Cumpre-nos perguntar, entretanto, em qual medida setores das classes populares em ascensão social desejam ser educados segundo as orientações da decência verbal e sexual, ou se, ao contrário, preferem manter-se fiéis ao paradigma do excesso. A se considerar a música dedicada ao ex-presidente Lula, Valeska não parece ter dúvidas: <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">o funk não é problema, para alguns jovens é a solução / quem sabe algum dia viro ministra da Educação</em>.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><br />
</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Fonte:</div></div><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: liberation-sans-1, liberation-sans-2, Georgia, serif; font-size: 15px; line-height: 19px;"><div class="entry" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 1.155em; font-style: inherit; line-height: 1.4em; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Revista Pitacos. Revista de Cultura e Humanidades. Disponível em: </div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-size: 17px; font-style: inherit; margin-bottom: 1.1em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><a href="http://revistapittacos.org/2011/09/02/ola-mundo/">http://revistapittacos.org/2011/09/02/ola-mundo/</a></div></div></span>Cleverson Fleming - Olhares.http://www.blogger.com/profile/17014891653337046653noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-333325594821610399.post-8914611871357652222011-09-25T15:03:00.000-07:002011-09-25T15:03:57.112-07:00Trocando uma ideia sobre a ideia...<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Olá caríssim@! </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Ultimamente tenho tido muitas oportunidades de exercitar meus neurônios, e não estou falando da faculdade. É que estou trabalhando num lugar que estou amando e que tem me proporcionado muitos elementos para a reflexão de como SER e ESTAR no mundo: a Agência de Redes para a a Juventude. A Agência é um projeto social que estimula o protagonismo e intervenção de Jovens moradores de favelas em seus territórios, um projeto fantástico - sem demagogia! Mas neste texto não é exatamente dele que venho tratar. Falo brevemente da Agência porque foi ela que a princípio me instigou a pesquisar o tema para este texto. Quero discutir um pouco o conceito de "ideia", conceito este que temos muito discutido neste espaço o qual me sinto privilegiado de estar. Vamos lá?!</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Ideia. O que é? Pesquisando numa enciclopédia e também na internet, achei diversos significados (uns quatorze mais ou menos). Dentre eles o que me chamou atenção foi uma clara definição localizada no Wikipédia que diz o seguinte: "O termo ideia (...) é usado em duas acepções: como sinônimo de conceito ou, num sentido mais lato, como expressão que traz implícita uma presença de intencionalidade." </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Tal definição me atraiu porque seguindo este pensamento: "(...) expressão que traz implícita uma presença de intencionalidade.", podemos constatar que uma ideia (seja ela qual for) não surge do nada. Pois se imbuída de "uma presença de intencionalidade", logo é composta de elementos pressupostos, anteriores. Portanto, e ainda nesta linha de raciocínio, para se ter uma boa ideia (ou uma ruim também!) é necessária toda uma reunião de elementos e coisas diferentes numa trama para que a ideia se forme.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Assim, podemos pensar a ideia como um quebra-cabeças montado: nos possibilita a visão de um todo, mesmo sendo a junção de distintas peças. Só que ao contrário de um quebra-cabeças, logicamente determinado em sua forma de montagem, a composição da ideia é o resultado da harmonia (ou não), que damos aos elementos que captamos e unimos em nosso pensamento.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Outra coisa relevante dessa definição é que ideia, para ser ideia, é expressão. Ou seja, deve ser expressa em ações, caso contrário, não passará de mero pensamento.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">É senso comum costumamos perceber ou classificar de "inteligentes" os sujeitos que possuem boas ideias. Podemos ir de acordo com esta representação se entendermos, dentre os seus amplos sentidos, inteligencia como a capacidade de fazer correlações entre elementos. Daí poderemos traçar a relação entre ideia e inteligência: se todos nós temos a capacidade de relacionar elementos diversos e expressá-los num composto único (a ideia), logo todos nós somos seres inteligentes. O fator que fará diferença, superficialmente, entre "ser e não ser" inteligente está, então, nesta capacidade de expressão dos pensamentos e, também, na permissão de deixar as correlações ideais virem a luz através da forma.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">A ação confere forma e fixa esteticamente nossas ideias e pensamentos. O movimento é, consequentemente, essencial ao exercício da expressão das ideias, mas isso é assunto para um outro dia... Por enquanto é o que tem pra hoje! Beijos!</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;"> </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;"> (Cleverson Fleming ) </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Fontes de apoio:</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Dicionário Enciclopédico Ilustrado Larousse. - São Paulo: Larousse do Brasil, 2007.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Ideia. Enciclopédia livre on-line. Wikipédia. Disponível em:</span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ideia">http://pt.wikipedia.org/wiki/Ideia</a>. <span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Pesquisa em: 25/09/2011.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;"> </span> </div><div> </div><div> </div><div><br />
</div><div><br />
</div><div><br />
</div><div><br />
</div><div><br />
</div><div><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><br />
</span></div>Cleverson Fleming - Olhares.http://www.blogger.com/profile/17014891653337046653noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-333325594821610399.post-76752358746282437512011-08-27T20:54:00.000-07:002011-08-27T20:55:06.330-07:00Onde?<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">De onde vem o desejo pela sombra?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Será que vem do fundo da dor e do desconforto de sentir estar num mundo errado?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">E qual seria o mundo ideal? Será talvez aquele o qual poderemos criar?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Sinto falta da música que traz a calmaria de um lago.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">A terra: ela geme. A terra treme.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">As suas lágrimas molham seu corpo. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Mas há um caminho:</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">ACORDE LOGO!</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Mergulhe na sombra e sinta a dor, pois ela é real.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Há um mundo inteiro pra criar.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Só depende de nós.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Não demore, AGORA!</span>Cleverson Fleming - Olhares.http://www.blogger.com/profile/17014891653337046653noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-333325594821610399.post-34981466225952381542011-08-07T19:27:00.000-07:002011-08-07T19:27:51.859-07:00Legitimando a Homofobia...<span class="Apple-style-span" style="background-color: black; color: #cccccc; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px;"></span><br />
<h3 class="post-title entry-title" style="color: #aadd99; font-size: 18px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0.25em; padding-bottom: 4px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">'Dia do Orgulho Hetero' aprovado pela Câmara de São Paulo vai reforçar homofobia</h3><div class="post-header"><div class="post-header-line-1"></div></div><div class="post-body entry-content" id="post-body-3207487982503561484" style="line-height: 1.6em; margin-bottom: 0.75em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><div><br />
</div>Orgulho de quê?<br />
<br />
Em defesa de seu projeto, Apolinário repete que<i> “ser gay é um direito, não um privilégio”</i>. E que, já que existe o “Dia do Orgulho Homossexual”, ele teria também o direito de celebrar a sua heterossexualidade. Discurso esse repetido também por seus apoiadores.<i> “É preciso que os gays aprendam a viver em sociedade, respeitando a ordem e os bons costumes. Vamos combater a homofobia e a heterofobia, pois ser gay é um direito e não um privilégio”</i> , escreveu o vereador em um artigo publicado no paulistano Diário de São Paulo.<br />
<br />
Seria assim mesmo? <i>“Um grupo oprimido afirma o seu orgulho como forma de reivindicar o seu espaço, a luta por igualdade, contra a inferiorização social”</i>, afirma Douglas Borges, da Secretaria LGBT do PSTU. <i><b>Já um “Dia do Orgulho Heterossexual” só serviria para “reafirmar o padrão heteronormativo, reafirmar uma posição ideológica já dominante”</b></i>. Ainda mais, num período de aumento da homofobia, “acirrar a polarização social”. Reforçaria, assim, o ódio contra os homossexuais.<br />
<br />
Seria tão absurdo como criar o “Dia do Orgulho Branco”. <i>“Quem ganha com isso são justamente aqueles que pensam como o deputado Jair Bolsonaro”</i> , afirma Douglas, que vê ainda um perigo fascista no discurso moralista de em “defesa da ordem e dos bons costumes”.<i> “Isso faz recordar o movimento reacionário que se vinculava à moral dominante e que serviu de base de apoio ao Golpe Militar de 1964</i> (marcha da familia com Deus e pela liberdade)"<div><br />
</div><div>FONTE: <a href="http://www.pstu.org.br/opressao_materia.asp?id=13159&ida=0" style="color: #99aadd; text-decoration: none;">http://www.pstu.org.br/opressao_materia.asp?id=13159&ida=0</a></div></div>Cleverson Fleming - Olhares.http://www.blogger.com/profile/17014891653337046653noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-333325594821610399.post-37652178200793153612011-07-22T14:29:00.000-07:002011-07-22T14:31:19.086-07:00Desigualdades...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSOnsBNUD9sc9PICdh8LA6uNO-TZGAU8p4t6gnX9TObpFcmpwiAtC5OiVRIHwVwf2hxk1AVcSPYjLFvJ5KeiHUycoo7UVzNpZoEd8gErdWruF80nuciIMgA8xtFRgRMuxpDcZYIHjrOSh-/s1600/desigualdades.GIF" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;"><img border="0" height="269" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSOnsBNUD9sc9PICdh8LA6uNO-TZGAU8p4t6gnX9TObpFcmpwiAtC5OiVRIHwVwf2hxk1AVcSPYjLFvJ5KeiHUycoo7UVzNpZoEd8gErdWruF80nuciIMgA8xtFRgRMuxpDcZYIHjrOSh-/s320/desigualdades.GIF" width="320" /></span></a></div><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Qual o porquê de tantas desigualdades no mundo? E porquê a miséria e a pobreza são elementos tão "naturais" da nossa sociedade? Será que um dia deixaremos de humilharmos e explorarmos uns aos outros?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Sinto sede. sede de conhecimento, sabedoria e respostas à estas questões: principalmente de como solucioná-las. Eu queria ter sim o poder de mudar o mundo! Mas sei que o mundo não é só meu e entendo que não dá pra mudá-lo sozinho. Já até tentaram antes mas deu no que deu - com um tal de nacional socialismo (nome chique para os nazi-fascismos).</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">É, Rousseau, concordo com você quando você diz aquela parada: de que a desgraça do mundo começou quando alguém chegou e disse "isso é meu" e alguém tão ignorante quanto este acreditou.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Que merda ver violência, pobreza e desgraças próprias e alheias. Dai-me forças e esperança pra continuar.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;"><br />
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3QxEPW_MZaKkK0Rt3zRMhNrkFPHDZ6biM5fl-QJG1iNjVUuEkmpxlKPwwEzp3yKrNsib369AS4FXs4wiv9dpFXGVXxY1sTQSrBxhLYsAzf4OviXIFI07A3kA3dQNt9JmU5pl-2AlSrUv0/s1600/Sistema_capitalista.1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3QxEPW_MZaKkK0Rt3zRMhNrkFPHDZ6biM5fl-QJG1iNjVUuEkmpxlKPwwEzp3yKrNsib369AS4FXs4wiv9dpFXGVXxY1sTQSrBxhLYsAzf4OviXIFI07A3kA3dQNt9JmU5pl-2AlSrUv0/s320/Sistema_capitalista.1.jpg" width="271" /></span></a></div><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;"><br />
</span><br />
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">"(...)O Homem é infeliz e mau enquanto é encarcerado pela lei, pelo costume, pelas regras adquiridas (...)" </span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;"> (Gramisci) </span></div>Cleverson Fleming - Olhares.http://www.blogger.com/profile/17014891653337046653noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-333325594821610399.post-68362522847219373672011-07-22T03:10:00.000-07:002011-07-22T03:11:26.724-07:00Desatando os nós....<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-k7JkbDZ_zqOeFIPfrOxf9ghUdqYCed3c_D7CzEqFpB71jelbkvyGWzG9UwOjDiudzqbEGoydtwFRpLvdu3UkHezaAIJD8Bsu-S-MgPMDfCClCuKtK3EYJEbs-JZNnXzNkhWAz8Ug0Ml9/s1600/quebrando_as_correntes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-k7JkbDZ_zqOeFIPfrOxf9ghUdqYCed3c_D7CzEqFpB71jelbkvyGWzG9UwOjDiudzqbEGoydtwFRpLvdu3UkHezaAIJD8Bsu-S-MgPMDfCClCuKtK3EYJEbs-JZNnXzNkhWAz8Ug0Ml9/s1600/quebrando_as_correntes.jpg" /></span></a></div><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">"Reprimir os instintos e desejos é se alienar das nossas capacidades transformadoras: é tornar-se infeliz e submisso à forças ocultas, mas bem presentes em forma de autoridades e de normas fracassadas. Não me tornarei submisso diante da autoridade vazia, que se utiliza de palavras de ordem e de manipulação de informações para consolidar o seu poder totalitário." </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">SEGURANÇA PÚBLICA = TERRORISMO DE ESTADO</span>Cleverson Fleming - Olhares.http://www.blogger.com/profile/17014891653337046653noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-333325594821610399.post-86428856240242965552011-07-17T21:27:00.000-07:002011-07-17T21:39:16.097-07:00Significar...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifBsCmvPL7RVbFyi8NYBB6OhrRDoAVTDY2f0O2aBCQqJjX9_zkQFS2ltG7znIcdabaSonzPRLcihQNbOZG5TIYxRi7cmQBvTh64LO4XONNG44UmET8FmcyKFZK_U0Nzs9zgz2IBX_QTZq3/s1600/sentido6.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifBsCmvPL7RVbFyi8NYBB6OhrRDoAVTDY2f0O2aBCQqJjX9_zkQFS2ltG7znIcdabaSonzPRLcihQNbOZG5TIYxRi7cmQBvTh64LO4XONNG44UmET8FmcyKFZK_U0Nzs9zgz2IBX_QTZq3/s400/sentido6.gif" width="400" /></a></div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Você já parou pra refletir sobre como anda a sua vida hoje? Sei lá... Te pergunto porque vejo que há tanta coisa pela frente e às vezes tenho medo. Será que tem algum sentido nisso tudo?</span><br />
<div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Acredito que se existe algum sentido, este está na ausência do mesmo. A genialidade do Grande Arquiteto foi conceber toda essa beleza e nos dar a possibilidade de poder significá-la.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Portanto, se não vejo significado no que está à minha volta, é um sinal de que tenho muito trabalho pela frente: trabalho de dar significado para tudo isso!</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> Cleverson Fleming .'.</span></div>Cleverson Fleming - Olhares.http://www.blogger.com/profile/17014891653337046653noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-333325594821610399.post-67948270278033396502011-07-10T21:17:00.000-07:002011-07-10T21:55:49.870-07:00A CURA - Por http://ninguemporai.blogspot.com/<div><br />
</div><div><div class="MsoNormal" style="color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">Hoje tive um dia bem produtivo no trabalho. Consegui dar um importante passo em algo que estava parado, mas na volta pra casa foi inevitável pensar em uma relação... eu e o HIV. Ouvindo o cd Inclassificáveis do Ney Matogrosso percebi que uma música traduz bem a minha relação com o HIV. O tempo?</div><div class="MsoNormal" style="color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/P4P3FyqqrMY?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><div class="MsoNormal" style="color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">Clique <a href="http://www.youtube.com/watch?v=dNiVLYWLg6w&feature=fvwrel" style="color: #888888; text-decoration: none;">aqui</a> e aproveite melhor essa música.</div><div class="MsoNormal" style="color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">Acho que morre algo em mim hoje. Tem morrido a cada dia e sinto que isso é bom. Talvez seja o processo natural desse luto, talvez seja o nascimento de um novo ser, sim um Alguém. É muita resignificação! Vejo a vida com novos óculos, ou mesmo novos olhos. Me despeço hoje de alguém em mim. Acordo de um sonho chamado esperança. Espero que “futuro” seja uma palavra aliada e que me reserve coisas boas. Acho que até hoje tive, sim tive, alguma espécie de esperança disso tudo ser mentira ou erro de laboratório. Como diria Ana Maria Braga: “Acoorrrda menina!!”. Mas quem me acordou foi o Ney. Me despeço dela, sem olhar pra trás. Beijo esperança. Reagente nem sempre é ruim. Hora de reagir.<br />
<br />
Blog de Ningém Por Aí:<a href="http://ninguemporai.blogspot.com/">http://ninguemporai.blogspot.com/</a></div></div>Cleverson Fleming - Olhares.http://www.blogger.com/profile/17014891653337046653noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-333325594821610399.post-58273922488016698192011-07-06T18:23:00.000-07:002011-07-06T18:26:43.916-07:00Mulher Aranha - por Priscila Paixão<div align="left" class="MsoNormal" style="border-collapse: collapse; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: small; line-height: 15pt; margin-bottom: 0px; margin-left: 0cm; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: left;"><span style="color: white; font-size: 12pt;">"A aranha estava construindo sua teia, ela fia pacientemente, cruzando linhas, cuidadosamente, mas precisa. Formando uma teia - seu mundo - e quando terminado, ela se instala no centro, onde pode sentir/saber o que acontece ao seu redor - criadora e dona de seu mundo.<u></u><u></u></span></div><div align="left" class="MsoNormal" style="border-collapse: collapse; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: small; line-height: 15pt; margin-bottom: 0px; margin-left: 0cm; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: left;"></div><div align="left" class="MsoNormal" style="border-collapse: collapse; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: small; line-height: 15pt; margin-bottom: 0px; margin-left: 0cm; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: left;"><span style="color: white; font-size: 12pt;">Havia um rosto, ora caveira, ora máscara de morte, que me dizia, que me falava e me explicava ensinando. Sua teia era seus longos cabelos, negros, contrastantes com sua face alva. Agitado constantemente pelo frio vento que soprava. "Faça o que for preciso" me dizia, "e na hora, tudo será entendido". "Deixe-se levar, todos estamos na teia Dela e a grande sabedoria consiste em sentir"!<u></u><u></u></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJBVRWUsSPPFxdMZh7RdjldHkb3p5vQ1qt8h2BqSw2w47e_rZ87XCXEB41FqEi2M2Y4z3jhoINg_l4XhQDLYK4GNSAzAnpeNf9LZCmXjhy6NMfQ5J_4yBT8flYUreM511zueeqDaTtfWdq/s1600/fiandeira+do+destino.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJBVRWUsSPPFxdMZh7RdjldHkb3p5vQ1qt8h2BqSw2w47e_rZ87XCXEB41FqEi2M2Y4z3jhoINg_l4XhQDLYK4GNSAzAnpeNf9LZCmXjhy6NMfQ5J_4yBT8flYUreM511zueeqDaTtfWdq/s1600/fiandeira+do+destino.jpg" /></span></a></div><div align="left" class="MsoNormal" style="border-collapse: collapse; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: small; line-height: 15pt; margin-bottom: 0px; margin-left: 0cm; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: left;"></div><div align="left" class="MsoNormal" style="border-collapse: collapse; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: small; line-height: 15pt; margin-bottom: 0px; margin-left: 0cm; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: left;"><span style="color: white; font-size: 12pt;">Há uma grande neblina cobrindo a terra todas as noites, uma linha tão tênue quanto uma teia, a grande teia Dela está combrindo a terra, na noite, lar da deusa que trabalha no escuro. Suas teias estão se espalhando. E que vítimas a grande aranha irá pegar em sua armadilha espectral?"</span></div><div><span style="color: black; font-size: 12pt;"><br />
</span></div>Cleverson Fleming - Olhares.http://www.blogger.com/profile/17014891653337046653noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-333325594821610399.post-30985889098485691982011-05-09T20:54:00.000-07:002011-05-09T20:56:15.825-07:00Sobre as Diferenças (Por Luiz Eduardo Soares)<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Droid Sans', Verdana, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"></span><br />
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Conviver em paz e constrututivamente com as diferenças entre os indivíduos e os grupos é o maior sinal de saúde psíquica, sucesso político, desenvolvimento social e amadurecimento cultural e moral. Mas não é fácil. Mesmo os que acreditam no valor das diferenças, mesmo os que crêem na necessidade de respeitá-las nem sempre conseguem experimentar, na prática da vida cotidiana, o que postulam, em teoria.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Por que é tão importante? E por que, tão difícil?</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">I. Sobre a importância da diferença</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Importante porque sem diferença não há o Outro, só há o sujeito, e este, isolado, apartado de qualquer relação humana, sequer chega a ser um sujeito no sentido pleno da palavra, não chega a ser uma pessoa. Sozinho, o ser humano não seria capaz de pensar, elaborar as emoções e dar sentido ao mundo e a si mesmo. Isso tudo por um motivo: sem o Outro, a linguagem seria impossível. Afinal, ela é herdada, envolve comunicação e supõe o compartilhamento de significados, o que implica um consenso mínimo sobre aquilo que se entende e percebe como sendo “a realidade.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Veja que interessante: para que uma pessoa exista em sua plenitude, exercendo suas faculdades intelectuais e emocionais, é preciso uma linguagem, um Outro e uma realidade compartilhada, isto é, uma realidade que faça sentido para ambos. Conclusão: ou regressamos à nossa natureza estritamente animal ou teremos de aceitar viver em um triângulo, do qual seremos apenas um vértice. Os outros dois vértices serão ocupados, respectivamente, por outro sujeito (diferente de nós, portanto) e pela linguagem. Ocorre que essa linguagem a que me refiro não se esgota em uma língua. Ela traz consigo valores, crenças, tradições e um universo de significacões sob a forma de relatos míticos, saberes, enunciados expressivos padronizados, codificações das emoções e narrativas que dão sentido à realidade comum. Ou seja, a linguagem traz consigo uma cultura, uma história e, consequentemente, uma sociedade. Aí está, enfim, nossa equação completa, sob a forma triangular: o sujeito -- o Outro -- a sociedade.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">A diferença entre o sujeito e o Outro é mediada (isto é, intermediada e temperada ou calibrada) pelo terceiro vértice: a sociedade ou a linguagem. Quer dizer: ambos os sujeitos, ainda que diferentes por definição, pertencem à mesma sociedade e são interlocutores, capazes de trocar mensagens e negociar significações. Tudo se complica caso pertençam a sociedades distintas, dotadas de línguas, valores e culturas diversas. Mesmo assim, entretanto, enquanto participantes da comunidade humana, dotados da faculdade linguística (aptos a produzir e captar sentido), continuam sendo capazes de negociar significados e se comunicar, inventando meios originais de adaptar suas linguagens às possibilidades de entendimento comum, via recursos expressivos criativos, usando o corpo, os gestos, a mímica, os objetos disponíveis e os sons.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Até aí, tudo parece fluir muito bem. O ser humano não é nem pode ser uma ilha. Precisa do Outro e, para interagir com o Outro, precisa dos outros, isto é, de uma sociedade e uma cultura. Antes de representar um problema, a diferença é a solução. O bloco do eu sozinho é uma fantasia irrealizável e essencialmente autodestrutiva, uma vez que esse eu solitário não poderia ser um eu: isolado, não teria uma linguagem na qual se expressasse e se constituísse --se concebesse e se experimentasse-- como “eu”. Viva a alteridade, ou seja, a existência do Outro. Viva a diferença que faz de você quem você é, na exata medida em que faz do Outro aquilo que ele ou ela é.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">A relação é que nos dá à luz como sujeitos. Ela é mãe, matriz, ninho, nicho, ambiente, origem e natureza. E nela (na relação) há, repito, três componentes: eu, Outro, a sociedade (ou a cultura, ou a linguagem). A diferença nos constitui. Somos a diferença com o Outro, ante os outros (a comunidade a que pertencemos).</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Seria melhor esclarecer o papel do terceiro termo, os outros, a sociedade ou a linguagem (que só existe porque há uma sociedade, a qual também deve sua existência à linguagem). Por que, sem a linguagem, eu e o Outro não somos nem eu nem o Outro, nem iguais nem diferentes? O que são a igualdade e a diferença?</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">II. Sobre o sentido da diferença</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Uma porta e uma pera são diferentes, concorda? Claro, você come a pera e passa pela porta. No entanto, alguém poderia fazer o papel do advogado do diabo e dizer que ambas são palavras e, portanto, não são diferentes. O que as difere são seus significados.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">A noite e a manhã são diferentes, mas são ambas períodos do ciclo de vinte e quatro horas que chamamos dia e, nesse sentido, são iguais.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Amigo e inimigo são antônimos, isto é, têm sentidos opostos, mas ambos são modalidades de relacionamento e, nessa medida, são o mesmo.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Assim como o samba e o tango, a rumba e o jazz, o frevo e a valsa, o mambo e a salsa. Enquanto ritmos, são diferentes. Todavia, por serem ritmos, são iguais.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Frio e calor são distintos e opostos, mas são ambos sensações térmicas provocadas por variações da temperatura.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">O som alto e baixo, grave ou agudo, são diferentes mas são sempre som.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">As cores, todas elas são diferentes entre si, mas também são iguais, porque, afinal, são sempre cores.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">O que quero dizer é que não há diferença sem semelhança, desigualdade sem igualdade, distinção sem analogia, uma vez que a diferença é uma comparação, um contraste, uma relação, e uma relação envolve três elementos: os objetos a serem comparados e um critério ou uma medida (o sistema métrico, uma escala cromática ou sonora, um termômetro, um código que ordena valores). E a linguagem de uma sociedade (sua cultura) é o depósito dos critérios e das medidas.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Em síntese, não há sujeito sem Outro, nem há relação entre ambos (a diferença é uma relação) sem uma referência comum que os identifique e reconheça sua diferença, enquanto seres humanos individuais ou enquanto membros de grupos sociais, com nomes e sobrenomes, idades e outras características.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Essas características só ganham o estatuto da dessemelhança porque, ao mesmo tempo, são assinaladas a partir de um critério comparativo (digamos, frio ou quente), cujo funcionamento depende, como vimos, do estabelecimento de condições semelhantes, isto é, condições que ambos os objetos a serem comparados possuem (a referência comum a partir da qual se assinalará a diferença será uma condição comum a ambos os objetos comparados: nesse caso, a temperatura).</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Figurativamente, temos três vértices de um triângulo: o objeto A, o objeto B e um termômetro, manejado por um observador, que conhece a técnica da leitura de termômetros e que pertence à sociedade em cuja cultura o saber e a tecnologia pertinentes (sobre temperaturas e medições) foram desenvolvidos.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Em uma frase: a diferença é a sombra da semelhança, só existe a seu lado e sob a luz de um observador.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Por outro lado, o mesmo vale para a semelhança ou a identidade. Elas não reinam absolutas. Só existem no contraste com as diferenças. Precisam delas a seu lado para afirmarem-se como aquilo que são. E também necessitam do triângulo que descrevi.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Por isso, o sujeito necessita do Outro para ser ele mesmo ou ela mesma. E sendo ele mesmo ou ela mesma, quer dizer, sendo idêntico a si, assumindo uma identidade, o sujeito traz para dentro de si a diferença (ele não é o Outro, do qual se distingue, entretanto, por dele distinguir-se, com ele compartilha condições comuns, sem as quais a diferença e a identidade não existiriam) e o triângulo, o qual envolve, no terceiro vértice, a sociedade (ou a cultura, ou a linguagem, ou a medida, ou o critério, ou o valor).</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">A relação com o Outro é internalizada no processo de construção da identidade de um sujeito.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Dizendo de outro modo: a diferença é internalizada e deixa, portanto, de ser uma exterioridade da qual o sujeito possa afastar-se. Não importa se esse Outro, esse diferente é abominável, tolerável, assustador, estranho, perturbador ou assimilável, admirável e amável. Se há identidade e diferença, há, como demonstrei, entre o sujeito e o Outro uma natureza comum, uma condição comum, uma semelhança de fundo sobre a qual se ergue a diferença. Reconhecer essa comunhão com o Outro, essa semelhança de natureza e condição, por maior que seja a diferença, já é suficiente para nos inquietar. Por isso é tão lindo e tão forte –e tão verdadeiro-- admitir que tudo o que é humano nos diz respeito. Por mais repulsivo que o Outro nos pareça.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Essa é a razão primeira e mais dura para a dificuldade de conviver com o Outro, com os outros e suas diferenças: elas nos assustam porque também estão dentro de nós e correspondem a lados obscuros e amedrontadores nossos, que preferimos ignorar e reprimir.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">III. Por que é tão difícil conviver com diferenças?</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Consideremos um exemplo: o ódio que sentimos por alguém que tenha cometido um crime violento, mesmo que a vítima não seja conhecida, às vezes alcança um patamar elevadíssimo, a ponto de induzir violentos atos de vingança. Há muitas razões que explicam esse sentimento e a reação de outras pessoas ao nosso lado pode servir de combustível.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Todavia, quando se supera o momento e a expl<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=333325594821610399&postID=3098588909848569198" name="0.1__GoBack" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"></a>osão emocional esfria, sem que se altere a disposicão íntima de infligir ao agressor a violência que ele cometeu, mesmo que por intermédio de ações policiais ou pela via indireta da defesa de mudanças no código penal, talvez haja algo enigmático, que mereça esclarecimento.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Minha hipótese é a seguinte: em casos desse tipo, é provável que a fúria permaneça viva porque algo insuportável permanece vivo: a identificação com o criminoso; a descoberta dentro de si de um lado, uma dimensão, uma possibilidade sua de ser tão violenta quanto o criminoso e seu ato bárbaro. Daí o desespero por punir com tamanha brutalidade, apagando o criminoso do mapa da existência, destruindo até a última de suas cinzas. Seria um modo de exorcizar o mal entrevisto dentro de si mesmo. O mal que se deseja incinerar tão ardentemente precisa ser destruído, no mundo objetivo, para ser simbolicamente exorcizado do mundo subjetivo.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Não quero dizer que todos os que investem emoções intensas na punição severa de um criminoso sejam, no fundo, criminosos em potencial. O que sustento é que várias dessas pessoas sentem-se culpadas por crimes inconscientemente cometidos, desejados, fantasiados, e temem –sem o saberem-- serem capazes de violência extrema.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> Uma ilustração: o psicanalista Bruno Bettelheim relata, em um de seus livros, um caso curiosíssimo e engraçado, e rico em ensinamentos. A criança chorava e não conseguia dormir. Por isso, o pai tentou acalmá-la contando a história do Chapeuzinho Vermelho. Ele falava, a criança escutava com atenção, mas em seguida voltava a chorar, angustiada. O pai, atendendo ao pedido do filho, contava de novo a mesma história, enfatizando o happy-end para tranquilizar a criança. No entanto, o ciclo se repetia. Até que, esgotado, o pai completa a narrativa: “…e tudo acabou bem. A vozozinha sobreviveu. Chapeuzinho sobreviveu. O lobo mau morreu. Não há razão para medo. Está tudo bem. O lobo acabou. Morreu”. Ao que o filho, aos prantos, replica: “Mas o lobo sou eu; eu sou o lobo”.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Nas fantasias de destruição do irmãozinho que teria nascido para ocupar seu lugar no coração da mãe (e do pai), a criança terminara por identificar-se com o personagem negativo, na medida em que se culpava pelas próprias emoções e lhes atribuía uma espécie de poder de realização objetiva, como se sonhar com o desaparecimento do pequeno rival equivalesse a destruí-lo, materialmente.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Essa criança precisava ouvir uma história diferente; uma história que tratasse o lobo com benevolência, mostrando que ele não é mau, apenas sentiu o que todos nós sentimos e expressou isso no teatrinho da história –teatrinho que nunca ultrapassa as fronteiras da brincadeira e do fingimento. Enquanto a história terminar com a punição severa de um lobo irremediavelmente mau, a criança com ele identificada não encontrará consolo, nem espaço interno para processar a terrível culpa que carrega. Se não elaborar sua culpa e o medo de sua própria fantasia destrutiva, tenderá a crescer com essa ferida aberta. Quando algum lobo mau se manifestar no mundo real, ouvirá o uivo rouco e angustiante de seu lobo interno. Seu impulso será destruir o lobo externo para livrar-se do sofrimento provocado pela presença aterradora de um lobo mau na alma. Mesmo adulta, essa eterna-criança acreditará, sem ter disso consciência, que, se não matar o lobo externo, quando a lua cheia iluminar o bairro o lobisomem adormecido dentro de seu espírito rasgará seu corpo, destruindo, definitivamente, sua identidade e as pessoas que ela ama. Ela quer a morte do lobo mau externo para matar o mal que supõe carregar dentro de si.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Não é essa a lógica do sacrifício? As comunidades tradicionais costumavam sacrificar animais para livrarem-se do mal e merecerem a benção divina. Por isso, a operação ritual começava com a transferência simbólica dos pecados humanos para o corpo do bezerro que seria sacrificado.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">O mesmo se passa quando a sociedade procura bodes expiatórios para aplacar suas culpas. Bruxas, homossexuais, prostitutas, drogados, vagabundos: quais são as categorias que encarnam o mal da sociedade e são obrigados a expiar as culpas coletivas com seu próprio sacrifício?</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Eis aí um bom tema para discussão e uma maneira fascinante de pensar sobre por que é tão difícil aceitar a diversidade e conviver, em paz e respeitosamente, com as diferenças.</span></div><div align="justify" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> (Comentário extraído do site: Agenciarj.org) </span></div>Cleverson Fleming - Olhares.http://www.blogger.com/profile/17014891653337046653noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-333325594821610399.post-881120409326012622011-04-13T08:14:00.001-07:002011-04-13T12:08:22.828-07:00Nietzsche e Marx<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 1.5pt;"> <span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> Olá, novamente. Este próximo escrito é um ensaio dialógico entre os pensamentos de Nietzsche e Marx. Posto ele aqui para pensarmos um pouco a cerca dos conhecimentos que estes pensadores nos deixaram e que podem nos servir de ferramentas para recriarmos as nossas realidades pessoais e sociais. Ele foi fruto de conversas e debates com amigos: especialmente Gabriel Bragança, um amigo de todas as horas e coca-colas! Este ensaio foi meu trabalho final de Teoria Política. Não postei todo texto. Aos poucos selecionarei e editarei algumas partes dele para então postá-lo aqui. Espero que aproveitem a leitura e levem algo dela! Vamos lá:</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidrgmKnJXUQ5g7soBhRfmRCauj-48icxjAUo4Af9ntY_jDX7_lP5Ex4jpM1vxJ7Bpmm7gxNuBRZIZU5syeTPeWjEljgTgV2Pe6cOuZ-o8eZ92Ed4QAN4qNK_a3vtSZU8iF3JgalsnPq_zC/s1600/3937577612_81ef07bc00.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidrgmKnJXUQ5g7soBhRfmRCauj-48icxjAUo4Af9ntY_jDX7_lP5Ex4jpM1vxJ7Bpmm7gxNuBRZIZU5syeTPeWjEljgTgV2Pe6cOuZ-o8eZ92Ed4QAN4qNK_a3vtSZU8iF3JgalsnPq_zC/s320/3937577612_81ef07bc00.jpg" width="226" /></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 1.5pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 1.5pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 1.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> Nietzsche, Freud e Marx foram os três pensadores que em muito contribuíram com o fim das certezas estabelecidas pela modernidade. No pensamento destes três gênios, homens e mulheres se tornam pequenos à medida que percebem que não controlam completamente suas ações, que mesmo o seu “Eu” depende de inúmeras forças que não controla. Antes o homem se via como centro do universo e, na caminhada do século XIX para o século XX, se vê limitado pelas condições materiais, guiado por impulsos inconscientes quase incontroláveis e construído por “Vontades de Potência”, forças que compõe tudo que existe, mas que são livres e independentes dos interesses individuais. Neste momento o homem se engrandece, pois percebendo seu real tamanho se vê motivado à mudança, a mudança não é simplesmente uma vontade, mas uma necessidade. Freud, Nietzsche e Marx estabelecem as bases dessa mudança, quer seja no plano das ações individuais (Nietzsche), quer no plano psicológico (Freud) ou social (Marx). Aliás, como muitos discípulos de um deles perceberam, a mudança deve ocorrer dentro dessas três perspectivas, caso contrário não seria uma mudança real.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 1.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> Mas embora toda essa importante contribuição, os três autores não chegaram a dialogar e, como diria Nietzsche, a promover encontros positivos que chegassem a resultar numa recomposição nova e revigorada das forças. A este papel couberam seus seguidores. Neste sentido, há amplos diálogos entre o Freudianismo e o Marxismo, o que já se constituiu como uma importante corrente da esquerda, e até mesmo entre as correntes Freudianas e Nietzschianas. Mas um diálogo entre o Marxismo e o pensamento de Nietzsche, se existe, me parece estar ainda numa fase embrionária. O que pretendo aqui é propiciar o encontro e debate destes pensamentos, que de tão ricos talvez seja impossível compreendê-los neste curto espaço, e, num outro momento, articulá-los com o campo da educação, campo importante tanto para um quanto para outro.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 1.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> O primeiro ponto de articulação entre o pensamento de Nietzsche e Marx é a crítica a passividade, ao pensamento conservador. Tanto para Marx quanto para Nietzsche o pensamento deve ser sempre questionador, reflexivo e analisar toda a realidade para criticá-la. Antonio Gramsci (1891/1937), marxista italiano, postula que o proletariado deve se elevar ao nível de intelectual o que significa, para ele, se elevar a condição de filósofo que deixa de receber passivamente as influências das classes dominantes e mesmo do senso comum, da religião e da linguagem para construir sua própria subjetividade, sua própria concepção de mundo. Este processo para o marxismo é um processo social. Nietzsche, por outro lado, se posicionou por essa elevação, mas, diferente de Marx, vê nela um movimento individual. Mas até que ponto os dois não estão relacionados? Marx vê na transição da sociedade capitalista para a sociedade comunista a formação de um novo homem, Gramsci explica que essa criação de um novo homem, de um novo eu, começa antes das transformações sociais, e é pressuposto básico às transformações sociais. Neste sentido, Gramsci vai de encontro ao pensamento de Nietzsche.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 1.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> Mas porque o homem, embrenhado no senso comum, se mantém passivo? Porque não reflete e não cria a realidade? Aliás, e formulando melhor a questão: porque a nossa sociedade é uma sociedade gregária que atua contra a subjetividade? Essas questões, sempre presentes no pensamento de Nietzsche só podem ser explicadas pelo pensamento crítico de Marx. Para Marx a ideologia dominante, a concepção e visão de mundo dominante na sociedade, é sempre a ideologia da classe hegemônica. Quando uma classe dominante se eleva a essa condição cria o que Gramsci chama de “Estrutura Ideológica formada por diversos Aparelhos de Hegemonia” (escola, igreja, arte e veículos de informação) que mantém todos os indivíduos ligados a concepção de mundo que justifica e conserva os interesses desta classe.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 1.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> A filosofia que rege a ação e, portanto, a consciência política de cada indivíduo é padronizada para atender uma lógica de dominação. Um exemplo disso é a alienação do trabalho nas sociedades onde vigora a propriedade privada dos meios de produção: nelas, havendo a apropriação individual do trabalho alheio, o trabalho torna-se externo aos homens. O homem deixa de trabalhar para viver, para ser feliz: passa a viver para trabalhar; a sua função nestas sociedades é produzir os meios materiais de satisfazer as necessidades alheias. Neste mesmo processo os trabalhadores produzem cada vez mais riqueza e “<i>com a valorização do mundo das coisas aumenta em proporção direta a desvalorização do mundo dos homens.”</i> (MARX, Karl 1844), o que significa que o mundo dos homens vai perdendo valor, o homem se torna também uma mercadoria e uma mera máquina, que não existe para si, mas para os outros numa lógica de dominação.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 1.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> Desta maneira, nestas sociedades o pensamento, a filosofia, a crítica e a política se desvalorizam enquanto o homem vai se tornando uma espécie de robô. As críticas que Nietzsche engendra contra a sociedade de seu tempo são solucionáveis apenas pela sua transformação radical: abolição das classes sociais e do Estado para criação de uma nova sociedade onde o homem viva para ser feliz, para si, não para outros.</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"></span><br />
<div align="left" class="MsoNormal" style="margin-top: 1.5pt; text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> Todo este raciocínio nos leva à crítica do hoje preconizada por Nietzsche. Para ele, o hoje deveria estar sempre mudando, o homem nunca deveria se acomodar no presente, o pensamento humano deveria ser perturbador, levar sempre a transformações. Como ele coloca em sua obra<span style="color: #414b56; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;"> </span><span class="apple-style-span"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="color: #414b56; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Assim falou Zaratustra</span></i></span><i style="mso-bidi-font-style: normal;">:</i> “o homem é um eterno vir-a-ser”. Aqui, neste ponto, há plena identidade entre o pensamento de um e de outro. O pensador marxista francês Sartre diria que o homem é um projeto. E como projeto, deve-se acrescentar que deveria sê-lo através da categoria do espírito que Nietzsche chama de “criança”, estar em constante mudança, buscando respostas para tudo: é humilde, sabe que pouco sabe, mas quer sempre saber mais. Bem marcado este ponto. Chegamos agora a uma discordância com Marx: para Nietzsche o homem deve estar sempre mudando, mas não para algo pré-fixado, deve caminhar rumo a um horizonte indefinido e, como tal, que nunca acaba. Marx, no entanto, vê a necessidade de estabelecer metas, de desenhar aonde se quer chegar. Sabe que o que seremos não é exatamente o que pensávamos que seríamos, mas nesse projeto, projeto que poderá ser construir como processo através do ser-criança – assim como coloca Nietzsche, delimitamos o que não queremos ser e norteamos o nosso progresso, isso nos impulsiona para frente.</span></div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> <div align="left" class="MsoNormal" style="margin-top: 1.5pt; text-align: left;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Penso um exemplo prático: recentemente em algumas décadas com a explosão do pensamento marxista que influenciou fortemente os movimentos políticos: muitos ao adotar uma postura radical nos termos que tratamos, favoreceram o status quo ao propor mudanças. Sem saber para o que e para aonde rumavam, afirmando apenas o que não queriam se tornar – negando o sistema hegemônico capitalista- acabaram por estagnar-se. Sua postura, muita das vezes como “portadores da verdade”, foi empecilho na comunicação com outros grupos, o que fechou o diálogo com novos adeptos, sua ausência de planos impossibilitou-os de chegar a qualquer lugar e seu individualismo extremo os fez buscar as soluções de sua vida dentro da ordem existente. Um discurso radical e uma postura conservadora, teoria e prática desassociadas. </div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin-top: 1.5pt; text-align: left; text-indent: 35.4pt;">Uma comunhão entre o pensamento de Marx e Nietzsche só é possível abandonando essa postura conservadora que leva estagnação. Devemos sim ter projetos, metas e propostas para o futuro, mas como diria Nietzsche não devemos deixar que esse projeto de futuro nos impeça de viver o presente, pois, nos termos de Marx, o futuro é uma ilusão, produto apenas do pensamento. É o presente que deve ser vivido. Pois é nele que devem estar as bases para a transformação social e individual, movimento retroalimentado, devemos perceber também que esse futuro não será exatamente igual ao que nos propomos, pois somar-se-ão a eles contribuições outras, aprendizagens novas, experiências que não podemos nem sequer sonhar, novas recomposições de “Vontades de Potência” que enriquecerão o projeto, e principalmente devemos saber que esse projeto de futuro não é um fim, apenas um novo começo. Como afirmava Marx, com o comunismo o homem saí da pré-história e começa sua verdadeira história, portanto abre um novo caminho, um novo começo com novas buscas e experiências.</div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin-top: 1.5pt; text-align: left; text-indent: 35.4pt;">Outro ponto fundamental, o qual penso existir uma possível comunicação entre os conceitos destes pensadores: a história e a natureza humana. Para Marx existe uma base material da sociedade sobre a qual se ergue uma superestrutura moral, de cunho ideológico, político e filosófico. E o que os indivíduos são depende da base material de sua existência. A superestrutura será sempre uma expressão simbólica, codificada do real, de uma realidade material concreta. Os homens, neste sentido, fazem história, mas não como querem, fazem história nas condições que herdam. Para Marx não há uma natureza humana, o homem é um sujeito histórico. Sartre diria que a existência precede a essência, o homem existe e depois se define. Nietzsche também afirma que não há natureza humana, pois para ele o homem está em constante mutação. Ao mesmo tempo Nietzsche produz uma forte crítica à história positivista, história dos nomes e datas, uma história política, mas não da política cotidiana, a dos reis e Estados. É essa história que é alvo de sua crítica. Além disso, para ele, a história não pode nos acorrentar. Isto é, significa que cada ser, ou cada povo, deve criar a sua própria história, de acordo com sua própria subjetividade.</div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin-top: 1.5pt; text-align: left; text-indent: 35.4pt;">Tanto Marx como Nietzsche criticam a mesma concepção de história. A história em Marx é a história da sociedade civil, a história dos homens reais. Essa história sim é a história que Nietzsche valoriza em seu pensamento. De certo modo, para Nietzsche, o homem também é um sujeito histórico, pois apesar de estar em constante mutação essa mutação se dá com base nas “Vontades de Potência”, forças que compõe a realidade, forças vistas como forças materiais que estão em tudo que existe. Essas forças (o próprio pensamento para Nietzsche é uma força) dialogam entre si acrescentando ou retirando energia uma das outras, compondo-se e recompondo-se. Desta forma, o próprio homem, seu pensamento, emoções e instintos, são forças. O que o indivíduo é depende do momento de sua existência, pois é na sua existência que as forças que atuam e interagem na sociedade se articulam para se chegar a ser o que se é. Penso que o Marx faz, no sentido Nietzschiano é dinamizar e até hierarquizar, de certa forma, as “Vontades de Potência” (movimento “concreto-abstrato” x “abstrato-concreto”), é dizer que as forças que compões a realidade material são as forças que compõem todos os outros aspectos da existência. As forças que compõe a arte, por exemplo, dependem das forças econômicas daquela realidade em questão. Para Nietzsche há encontros positivos em que as forças se somam e produzem novas forças e encontros negativos onde as forças se repulsam gerando absorção de energia. Neste sentido, para Marx, o homem antes de tudo precisa estar em condição de reproduzir sua existência, antes de ser artista precisa estar vivo e criar as condições para arte, por exemplo, a vida material seria a área da vida onde os encontros se dão e geram novas forças.</div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin-top: 1.5pt; text-align: left; text-indent: 35.4pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Através das “Vontades de Potência”, Nietzsche nos mostra que em todas as relações há uma relação de poder, portanto de autoridade. Na família os pais exercem poder sobre os filhos, na escola o professor sobre o aluno, na igreja o pastor sobre as ovelhas, e a idéia de Deus, sobre os fiéis. Em seu artigo Sobre a Autoridade, Engels produz a mesma conclusão ao afirmar que a autoridade não pode ser abolida de um dia para o outro, pois é uma condição que a própria indústria nos impõe e, ao mesmo tempo, a democracia, por mais direta que seja, é imposição da vontade da maioria sobre a minoria. A própria revolução não pode ter como seu primeiro ato a abolição da autoridade, pois é por si mesma um ato de autoridade, traz em si uma relação de poder. Aqui a noção de Estado de Marx e Engels se relaciona com essa noção de poder em Nietzsche. Dizem eles que todo Estado é exercício do poder de uma classe com outra, sendo a revolução o momento máximo desta relação de poder, agora invertida, é por si mesma uma forma de Estado. A revolução é a produção de inúmeros encontros negativos e positivos em um mesmo processo, são as “Vontades de Potência” em seu ápice. Este momento destrói a sociedade como nós a conhecemos e os encontros negativos no âmbito social. Depois deste processo, quando acaba a revolução não há mais Estado porque não há mais relações de poder em nível social e, por isso mesmo, nesta esfera de encontros só passam existir encontros positivos, geradores de novas forças sociais positivas.</div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin-top: 1.5pt; text-align: left; text-indent: 35.4pt;">Tanto em Marx quanto em Nietzsche há uma análise lúcida da ciência, a ciência, para ambos, não é neutra, mas reproduz uma dada relação de poder que está condicionada pelos interesses dos homens que a produzem. Nos termos de Marx a ciência depende das condições materiais do momento, a filosofia que resulta na ciência é uma filosofia dominante, ligada aos interesses da classe dominante, reprodutoras de uma dada lógica. Marx critica igualmente a razão como razão lógica e contrapõe este tipo de razão como razão dialética. Nietzsche criticaria igualmente a noção de verdade absoluta. Para ele não existem verdades absolutas, talvez, em certa leitura, apenas verdades subjetivas. Assim como contrapõe a moral universal e gregária à ética pessoal, contrapõe as verdades absolutas universais e gregárias, a uma composição de verdades subjetivas e pessoais. Engels não chegaria tão afundo em sua crítica as verdades absolutas: na sua obra <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Anti-dhuring</i>, afirma que não existem verdades absolutas, pois <span style="mso-bidi-font-size: 12.0pt;">elas são históricas e sempre contestáveis. Não é que as verdades mudem, mas que o homem nunca pode dizer com certeza o que é verdade e, além disso, que nenhuma verdade é válida universalmente em todo tempo e local. No paradigma de Engels a própria verdade é devir e, por isso, seria impossível dizer o que é verdade e o que não é.<o:p></o:p></span></div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin-top: 1.5pt; text-align: left; text-indent: 35.4pt;"><span style="mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Chegamos, por fim, ao último ponto de que vamos tratar: a valorização da subjetividade. Vimos que Marx vê na transição entre o capitalismo e o socialismo a formação de um novo homem, novos valores, o que ele chama de passagem do reino da necessidade ao reino da liberdade e vemos que no desenvolvimento do marxismo a construção de uma subjetividade é vista como determinante para o momento da revolução. Vimos que </span>Nietzsche foi quem mais defendeu a construção dessa subjetividade como construção da capacidade de crítica, de questionamento como capacidade de autonomia. Neste ponto ambos se completam. Mas cabe ainda ressaltar que Marx propõe para o comunismo o que ele chama de direito desigual, um direito que não passe uma régua sobre todas as situações, que não seja uma medida equivalente para todos os casos, um direito que não veja o homem como igual, pelo contrário: um direito que releve a diferença entre os indivíduos e que garanta essa diferença, um direito como afirmação das diferenças. Penso que Nietzsche concordaria com Marx neste ponto. Mais ainda, Marx vê a revolução como revolução internacional, como unificação mundial, como momento máximo do que Nietzsche chamaria de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">antropofagia entre os povos</i>.</div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin-top: 1.5pt; text-align: left; text-indent: 35.4pt;">Vemos então que Nietzsche e Marx têm mais em comum do se imagina, mais do que isso, o pensamento revolucionário e social de Marx deve complementar o pensamento transformador e individual que podemos extrair de Nietzsche. As propostas de Marx para o campo social devem complementar as propostas de Nietzsche para o campo individual e vice versa. A construção de uma nova sociedade sem classes, sem Estado, e sem uso social do poder deve ser construída a partir da valorização das diferenças, da autonomia, da construção consciente da subjetividade por sujeitos questionadores. </div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin-top: 1.5pt; text-align: left; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin-top: 1.5pt; text-align: left; text-indent: 35.4pt;">Cleverson Fleming .'.</div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin-top: 1.5pt; text-align: left;"><br />
</div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin-top: 1.5pt; text-align: left;"><o:p> </o:p> </div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin-top: 1.5pt; text-align: left;"><br />
</div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin-top: 1.5pt; text-align: left;"><b><br />
</b></div></span></div>Cleverson Fleming - Olhares.http://www.blogger.com/profile/17014891653337046653noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-333325594821610399.post-52946570437195882892011-04-11T08:08:00.000-07:002023-12-13T04:30:33.556-08:00Sobre as emoções...<div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"> Sobre as emoções, o que elas representam em nossas vidas? Que poderes secretos elas possuem sobre nossas ações? Hoje voltando da casa do meu irmão durante o caminho pensava sobre essas questões que, desde a semana do carnaval, após uma série de fatos envolvendo pessoas próximas, não querem me deixar.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"> As emoções com certeza são resultado de reações químicas e um monte de processos desenrolados em nosso organismo. Movimentos que muito influem em nossos pensamentos e atitudes. A forma como nos sentimos emocionalmente pode determinar a interpretação que damos aos fatos que ocorrem a nossa volta. O desconhecimento do indivíduo a cerca de suas próprias emoções pode trazer a este a distorção da realidade em que está situado, de modo a criar uma teia de significados não condizente com os fatos. <o:p></o:p></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqFxQQCEnIT3mQ5xTQp1qnn-UP3bZzXBcYoiO178nbl5pThlMS9qfOy7S7jW5e5cl9bikzMSRerqf0dFE5WfozCUjwYK4PRe6VKrszqXL3aUQruqVQ4nQHh9tUo7hWTZp356bCB5m_TSV_/s1600/Intelig%25C3%25AAncia+Emocional.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqFxQQCEnIT3mQ5xTQp1qnn-UP3bZzXBcYoiO178nbl5pThlMS9qfOy7S7jW5e5cl9bikzMSRerqf0dFE5WfozCUjwYK4PRe6VKrszqXL3aUQruqVQ4nQHh9tUo7hWTZp356bCB5m_TSV_/s1600/Intelig%25C3%25AAncia+Emocional.jpg" /></a></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"> Acredito que isso seja uma verdade quase óbvia, mas de tão banal, naturalizada, acaba passando despercebida de nossas reflexões. As emoções possuem um poder oculto sobre o complexo orgânico chamado Homem. Poder em muito subestimado. Entretanto, basta ligar a TV para se experimentar um pouco dessas potências. As emoções respondem a estímulos de naturezas tanto interiores quanto exteriores. Daí a grande sacada das religiões ou dos ditados populares sobre o “controle sobre as emoções”: na verdade não acredito no controle pleno das emoções, mas acredito na possibilidade de se compreendê-las e, por meio disto, direcioná-las. Também, acredito que podemos ser mais seletivos quanto aos estímulos emocionais externos – daí não assistir tanta porcaria na televisão, se desligar de encontros com desafetos etc.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span class="apple-style-span"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"> Para todo homem e mulher é importante entender suas emoções/sentimentos, isso permite certa margem de ação</span></span><span class="apple-style-span"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"> sobre quais estímulos mais ou menos nos afetarão. Isto é, identificar os que nos são maléficos e por isso evitáveis ou, se incontornáveis, lidar com eles de modo que nos sejam menos danosos.</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"> O</span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span class="apple-style-span"> conhecimento de nossas emoções/sentimentos é parte da tarefa de conhecer, assim como dos meios em que transitamos. Entender quem se é, perceber o que nos diferencia dos outros, aceitar e assumir essa diferença e não esquecer, não deixar de abraçá-la - autodeterminação é importante. Isso nos garante certa segurança ontológica, uma possibilidade de olhar e interpretar o mundo a nossa maneira e não apenas reproduzir as ideologias ensejadas pelas tecnologias de controle individuais/relacionais e sistêmicas. </span><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"> Enfim, precisava exercitar um pouco a minha escrita e, aproveitando que essas reflexões estão fritando meu cérebro no momento, resolvi exteriorizá-las aqui. </span><span style="font-family: Wingdings; font-size: 14pt; line-height: 115%;">J</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Wingdings; font-size: 14pt; line-height: 115%;"> </span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: 19px; line-height: 21px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Cordialmente,</span></span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 19px; line-height: 21px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Wingdings; font-size: 19px; line-height: 21px;"> </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: 19px; line-height: 21px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Cleverson Fleming. </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Wingdings; font-size: 19px; line-height: 21px;"> </span></div>Cleverson Fleming - Olhares.http://www.blogger.com/profile/17014891653337046653noreply@blogger.com3